Wednesday, February 17, 2010

Contos de Aya: A Segunda Era

Já se passaram mil duzentas e oitenta e duas primaveras desde aquela época.

O pouco que restou de Aya se reconstruiu nesse tempo, o povo se proliferou, cada qual do seu jeito, e os sobreviventes da Uma Guerra aos poucos foram caindo no esquecimento das velhas histórias.

Batalhas se travaram, povos dominaram povos, povos dizimaram povos, uns se recolheram a sombra, outros se expuseram ao sol, uns reclusos, outros abertos, uns diminuíram, quase desaparecendo por vontade própria, outros explodiram demograficamente, já não havendo quase lugar pra eles.



E a vida em Aya tomou seu caminho.




Região da península de Froilen, um dos lugares de Aya onde houve mais desenvolvimento nos anos de prata. Quando os Filhos dos Primeiros reergueram Aya das cinzas.

Hoje em dia goza de relativa paz entre a miscelânia de povos que a habitam.


Humanos, raça de vida curta e de grande potencial reprodutivo, povo facilmente adaptável e hábil porém negligente com a história e a natureza em geral, são obstinados e bastante curiosos. Mantém como linguagem nativa a primeira falada nesse mundo com poucas alterações, preconceituosos e místicos com relação a outras raças, religiosos fervorosos, em geral, muitas vezes lutam entre si por causa disso, ou por causa de terras, sempre procurando emoções de um jeito rápido. Supervalorizam o valor dos metais em sua sociedade


Elfos, no início dessa nova era foram os 'reorganizadores' de Aya, eram a maioria enquanto as outras raças eram minoria, sua densidade demográfica, no entanto, variou pouco nesses anos, muitos elfos não acompanharam os avanços trazidos pelas outras raças, territorialistas não veem de bom grado as raças que, segundo eles, estão alterando a superfície de Aya muito rápido, são normativos e metódicos, se entediam muito fácil ao falarem das coisas passageiras (dias... anos... séculos... estações... vida...) para eles são apenas ciclos que tendem a se repetir demasiadamente, por outro lado podem perder semanas para contar histórias de seus antepassados com detalhes.


Hobbits, uma raça única, pacíficos e escusos, vivem em comunidades isoladas, fechadas e auto-suficientes, sem apego a valores utilizados como moeda de troca, porém têm especial curiosidade por coisas diferentes e, por não terem muita noção de propriedade, se apropriam das coisas que lhes convém sem muitos problemas, mudam de interesse com extrema facilidade, conversam o mínimo necessário com outras raças, não que eles não gostem, mas não veem utilidade.


Anões, trabalhadores natos, os melhores mineiros e forjadores, alavancam os avanços tecnológicos sentidos por toda Aya nesses últimos anos. Práticos, sigilosos, usam sua linguagem própria, indecifrável para outras raças (no alfabeto anão existem 48 maneiras diferentes de se escrever apenas a letra 'a') . São organizados em clãs familiares, rígidos, patriarcais. Esses clãs se dividem entre si em castas, as superiores tem acesso a mineração dos metais mais preciosos e acesso as melhores forjas. As outras raças são um mal necessário para eles.


Meio-orcs, filhos de estupros e dor. Rejeitados pelos orcs por serem fracos, rejeitados pelos humanos por serem símbolos da maldade concebida, só existem se haver o coito entre um orc macho e uma humana fêmea, ao nascerem acabam matando a sua progenitora, uma vez que eles cortam o caminho para fora com suas garras. Vivem a margem da sociedade mista, poucos são aceitos e se aceitos são feitos de escravos ou animais de carga. Sabem o alfabeto (ou 'urrário') orc desde que nascem.


Meio-elfos, elfos e humanos sempre tiveram próximos, na medida do possível, os elfos cantam canções sobre os feitos dos humanos, já os humanos reverenciam a sabedoria dos elfos. Desse respeito velado nascem os meio-elfos, todos estéreis. Vivem bem em sociedades mistas, mas não se adaptam bem em sociedades puramente élficas. Não se agrupam, grande maioria é de bandoleiros, nômades. Sabem o linguajar élfico, em maioria.


Gnomos, pouco se sabe das sociedades gnômicas, num passado recente era estruturada e bem organizada, mas guerras internas por valores quase que dizimaram sua população, hoje, os poucos remanescentes se vangloriam do passado, remoem terem sido poderosos. Grande parte dos gnomos sabe truques de magia (o que causa uma tensão maior que o comum com os anões) e os utilizam para sobreviver. Raça bastante desconfiada das outras e de sua própria, tem um dialeto próprio que consideram secreto, mas pouco o utilizam.


E a vida em Aya continuou mesmo assim.

Tuesday, February 16, 2010

Contos de Aya: O Começo

No início havia Ülmen, e mais nada além.


E Ülmen pairou sozinho, por um tempo incauculável, até que em algum momento, na escuridão total de seu ser, parou. Parou e permaneceu ali por mais um tempo incauculável, e então começou a assoprar, do nada, assoprou tão forte que remexeu a escuridão a sua frente, remexeu tanto que criou calor!

Esse calor era tão forte, tão forte, que a escuridão já não era mais absoluta, Ülmen criou Luz! Dessa luz, Ülmen então percebeu que já não era mais tempo de ficar sozinho, Ülmen deu um nome a essa Luz, Súria, e de repente parou de assoprar. E Súria, então, parou de se remexer, e ficou parada frente a Ülmen, antes de fugir em todas as direções a uma velocidade que não se tem noção. Essa fuga tentou ser impedida por Ülmen, mas Ülmen teve seu primero fracasso.

Então Ülmen se recolheu, vendo Súria se estabilizar aonde antes havia escuridão, Ülmen quis pela primeira vez, estar sozinho novamente, mas já não podia mais, e, pela primeira vez, Ülmen se sentiu sozinho de verdade.

Mas Súria, recém liberta, não percebeu que Ülmen estava ali, simplesmente não conhecia nada, então o nada ela foi descobrir e, após muito vagar, depois de muito tempo, redescobriu Ülmen, e os dois se tocaram...

Numa fração de tempo Ülmem e Súria eram um só, e noutra eles estavam separados novamente, Súria não podendo chegar mais longe do que ja fora, e Ülmen, em pedaços, a vagar, onde Súria tinha desbravado.

Um desses pedaços fora chamado de Aya.

Aya vagou até se sentir aquecida e então parou, se sentindo sozinha, também começou a soprar, mas Aya não tinha o mesmo poder de Ülmen, e, ao assoprar, Aya criou uma esfera sólida, Aya criou terra... Mas Aya continuava desolada, então assoprou novamente, e Aya criou água.

Após esse momento começou a se sentir exausta, e então descansou, mas antes assoprou uma última vez, e nesse assopro Aya despejou vida sobre si. Então sobre Aya os primeiros passos foram dados.

Os Primeiros a caminhar sobre Aya são aqueles que num futuro serão chamados por 'Deuses' e serão nomeados, também, por aqueles que eles criarão sua imagem e semelhança.

Aya era vasta, e cada um dos recém criados podia vasculhá-la livremente, sem amarras. E começaram aqui as primeiras disputas... Os Primeiros queriam espaço para suas criações, e achavam as suas melhores que a dos outros, isso gerou discórdia entre eles... Então criou-se uma fala para que todos pudessem se entender, mas era tarde e as primeiras guerras sobre Aya já se travavam.

Os Primeiros eram sedentos por espaço em Aya, e queriam moldá-la a seu bel prazer, para isso constituíram os primeiros exércitos dos seus, e para que o inimgo não os entendesse, criaram linguagens próprias. As primeiras batalhas foram desesperadoras, Aya não conhecia o gosto da guerra, Aya sofria calada por seu erro de soltar os Primeiros em si.

Aya estava perto do fim, tão logo após o seu começo.

Então Aya se levantou em fúria, e a fúria de Aya varreu incontáveis exércitos, mas Aya continuava fraca, e não conseguiu abolir os Primeiros, mas em seu golpe final Aya os aprisionou em separado dentro do seu corpo. E a partir daí, nem Aya, nem os Primeiros, foram mais vistos.

Aya se silenciou... E do silêncio, ouviu-se milhares de vozes, reconstruíndo tudo que havia sido destruído, era o fim da primeira era de Aya.