Tuesday, December 13, 2005

E a saga continua... E o Paladino chorou...

Ela acordou, meio assutada de início, mas logo se acalmou, queria saber o que ela esteve pensando quando fitou-me nos olhos, por alguns instantes o mundo parou, o tempo teve que nos dar um tempo. Minutos? Horas? Dias? Não sei quanto tempo ficamos ali, ora conversando, ora mudos, pensando. E ela me contou a sua história, e eu a ouvi, calado.
Mas quando ela se retirou por alguns instantes, me vi perdido em pensamentos por algum tempo, via que aquilo não estava errado, mas também me pesava ter de esconder aquele fato de meu anjo, e sabia de prévio quão doloroso seria contar... Mas sabia que enquanto não confiasse em mim, os demônios nao iriam abandonar minha cabeça... Vi ela dormindo, e de um desmaio, fui ao chão...
Quando acordei, quente e afável como numa noite bem dormida, vi braços que não eram meus entrelaçados em meu corpo, de reflexo quase a acordei, e naquele momento, decidi.
Procurei meu anjo, e ele estava lá, austero e ilustre, como sempre. Começei como se deve, com reverências, mas logo estávamos conversando, dai caiu a bomba, eu despertei a fúria dele, e ele fez a chuva, pesada, densa, difícil, e as arvóres baixavam ao chão, querendo e acertar, e eu sabia qual eram as regras... Ao despertar a ira de um anjo, deveria prostar-me nu diante de seus olhos, e esperar a punição, seja qual for.
Já estava bem ferido, quando ao longe eu ouvi, primeiro como sussurro, depois como um tom normal, ao fim um grito de apoio, quando olhei à minha esquerda, estava ela lá, a guerreira, que havia seguido meus passos até então, também estava ferida, mas estava me dando forças, quando vi que a fúria poderia cair sobre ela também, num momento de cegueira profunda, brandi miha espada, e me lancei acima de tudo... E o mundo silenciou naquele momento, e da chuva se fez lágrimas, e das lágrimas, um rio, que me separou do meu anjo, que agora caído, e sem uma asa, perambula por estas terras, esperando talvez a asa crescer naturalmente, já que com isso ele terá tempo pra pensar... Quanto a guerreira, caiu num sono profundo, ela já tinha batalhado demais atpe aquele ponto, merecia o descanso. Quanto a mim, conheces quantos paladinos que atacaram um anjo? Quando escoolhi fazer o que fiz, sabia que seria expulso e teria minha insígnia quebrada, e seria marcado para sempre como um Paladino Caído, no braço direito, que foi onde o sangue do sagrado espirrara em mim, mas agora é tarde demais pra voltar atrás, e mesmo se me fosse dado a dádiva de voltar no tempo para corrigir todos os erros em minha vida, não corrigiria, não este, pois este não foi um erro, foi um caminho escolhido, sabia das consequências, e sabia que não seria fácil...
Voltei a cidade como Paladino Caído já, as pessoa não quiseram saber da minha história, e agora estou mais errante do que antes, sem lugar pra voltar, sem destino pra ir... Apenas vivendo cada dia de vez. A Guerreira escolheui também, já antes disso tudo, trilhar o mesmo caminho que eu, fiquei feliz por isso, mas ao mesmo tempo preocupado, afinal agora cada ser vivo no nosso caminho tende a me olhar com desdém, mas ela me agradeçeu por tudo, pediu desculpas... ¬¬, e calou-me com um beijo, e seguimos nossa história, juntos agora, enfrentando o que tiver de enfrentar... E eu chorei, um choro que há muito ja ensaiava, que há muito já sentia, e ela me deu afago, e estamos ai... Perdidos nesse mundo... Esperando o próximo obstáculo...

No comments: